A tecnologia avança mas o mundo retrocede,
Os aparelhos são reforçados mas os valores são esquecidos,
Um ciclo vicioso domina e foge a crença, de serem
ressarcidos,
Pensamentos no meu abrigo envolvidos num véu de simplicidade.
Crianças! Libertem-se das correntes “sem fios”,
Não se lancem ao avanço, o vosso outrora chegará,
Ah, que avidez unificar-vos ao meu passado onde o moderno era
desconhecido.
Jovens! Mantenham-se fiéis aos vossos gostos e não aos vossos
gestos,
Que a criatividade, a honestidade e o trabalho árduo vos
acompanhe até ao fim da estrada,
Que a vossa tese não se baseie no medo
Medo de ser diferente,
Medo de não pertencer a um grupo,
Medo de prosseguir,
Não sejamos uma geração em involução!
Ora a obsessão pelo digital é um entrave!
E os níveis de estatuto da sociedade…
Ai o que os outros pensam…
Ó marcas de alto calibre! Ó media! Ó marketing, ó
publicidade…
Somos escravos da imagem
O Homem é um boneco concebido com o seu próprio material,
E o trilho é circular…
Que exaltação exuberante pelas novidades modernas!
Ah, pudera eu agregar um logótipo ao meu corpo para triplicar
o meu valor…
Que horrendo é esta peste negra…
Que desumano é trabalhar doze horas ou mais até…
Que atrocidade partir para a guerra…
Não!
Sentir-me ofendido também é horrível…
Desejos de felicidade genuína são o meu desejo,
Amem-se, esta dúvida não se entrega às prestações,
Falai por voz e não por chamada de voz,
Pois venham as tempestades que vierem…
A melhor rede social será sempre uma mesa cercada de amigos.
Mas a torneira continua a pingar…
Ah, a tecnologia avançou e o mundo retrocedeu…
Isídro Mendes