Criança, diz-me por onde andas


Criança, diz-me por onde andas…
Lembra-me daquele tempo
Em que tudo parecia um conto de fadas.
Lembra-me daquele tempo
Em que não pensavas nas incertezas da vida.

Criança, diz-me por onde andas.
Lembra-me como é viver
Imaginando histórias, aventuras e futuros.
Lembra-me como é pensar num amanhã
Que parece tão curto e tão longínquo ao mesmo tempo…

Criança, diz-me por onde andas!
Lembra-me daquele tempo
Em que andar de carrossel demorava horas.
Lembra-me daquele tempo
Em que ser criança não tinha tempo, data nem lugar.

Criança, diz-me por onde andas.
Lembra-me daquele tempo
Em que apagar as velas do bolo parecia tão certo.
Lembra-me do tempo
Em que a consciência dava a mão à inconsciência.


Criança, diz-me por onde andas!
Lembra-me daquele tempo
Em que ser feliz não parecia nada mais nada menos do que seres tu própria.
Lembra-me daquele tempo
Em que a inocência era tão profunda, tão dócil, tão sagrada!

Criança, diz-me por onde andas…
Lembra-me daquele tempo
Em que tudo parecia tão seguro, tão verdadeiro, tão certo!
Criança, diz-me por onde andas!


Raquel Meira