O Sol doira a madrugada
O pasto fresco resplandece
Caminhando entre girassóis bravios.
Sinto-me fundir com a atmosfera campestre.
Debruço-me e vejo o reflexo do homem que fora, a dissipar-se.
O regato que sob as minhas mãos vai fluindo, não é o de outrora…
Cada momento é único.
Nada se repete, tudo é novidade.
É fascinante ver claramente as infinitas tonalidades da realidade
A realidade universal.
Sou uma alegre criança rebolando prado fora…
Vivo o presente.
Nada há a fazer, basta ver e deixar a vida brotar.
Descubro permanentemente um novo fruto, um novo ninho, uma nova Lua.
Converso com as irrequietas borboletas que sem pensar se elevam
E deparamo-nos com a mesma estupefacção: “Como é modesta a Natureza!”
Vejo uma flor aqui, outra acolá…
Cada flor possui uma extravagância a ser prezada.
Procurei a verdade como uma questão de vida ou de morte
E tornei-me livre como uma andorinha.
O fardo da saudade que o carregue o passado.
O conhecimento é a negação da espontaneidade.
A angústia avivada pelo sonho que pereça no futuro.
Tenho a inocência como guia.
Escuto o eco do vento no vale.
Escuto o palrear do meu coração.
E sei-me
Sem razão existo.
Existo vivendo e sentindo.
O luar invade a noite índigo.
Olhai as estrelas…
Bruna Melissa Lomba