Revolta delicada de uma adolescente que não o é


Revolta delicada de uma adolescente que não o é

Bastardos de passado que não passaram,
Adotados por futuro que não escolheram:
Será que foi senso que lhes fanaram,
Ou foi apenas liberdade que lhes tolheram?

Calmamente caminhando para a carnificina,
Porque com diploma, não há o que temer!
Basta que se habituem àquilo que é rotina
E que não pensem pralém do que se pode ver

Como é idílico o mundo em que vivemos,
A serenidade é sempre o modelo mais acertado.
Podemos seguir o caminho que queremos
Desde que condiga com o que é recomendado.

À geração de submissos desapercebidos
E também a todos os que fizeram deles o que são,
Saibam que desilusões de desejos não concedidos
São compensadas pelo deleite de ter tido opção.

Délia Cadaval