As madeiras
pintadas estalam
Em sintonia
com a minha mente.
A escuridão
deste quarto recolhido
Projecta o
estado da minha alma.
Ouço o bater
das árvores na janela.
Janela
rústica, danificada.
Tal como o
meu pensamento.
Ou penso de
mais ou não sei pensar.
Também
observo o mundo.
Analiso os
detalhes mais insignificantes.
Não aprecio
o que vejo, então penso.
Supostamente,
pensar é arte.
A arte não é
perfeita, é distinta.
E eu tenho o
meu método de pensar,
Tal como
tudo tem a sua estratégia.
O esvoaçar
das folhas murchas,
O uivar dos
lobos, o bater da chuva.
Pura
expressão da Natureza.
E isto, por
que razão não é arte?
Este mundo
tem tanto para se apreciar.
E eu, que
não prezo aquilo que presencio,
sei que o
semblante da Natureza é arte.
Não me façam
crer no contrário.
Não me façam
desejar modificar
os mais
pequenos e notáveis pormenores.
Nem tudo tem
de ser alvo da malícia humana.
Gosto de
aqui estar, desprotegida
e
completamente exposta ao extrínseco.
Este cenário
intocável é arte.
Para quê
pensar em alterá-lo?
Tudo fazem
para que eu acredite
que o ato de
pensar é dirigente.
Esquecem-se
de que as vozes inerentes
apenas podem
surgir da nudez da realidade.
Observar é
arte, pensar não o é.
Beatriz
Albuquerque
12º D