Para o ver deslumbrar-se.
O tempo parava para ver
O tempo parava.
Se por uma ilusão obscura o tempo renascia
A escura luz e as invisíveis estrelas finalmente esfregavam os olhos ensonados.
O começo de algo
Tal como o alvorecer
É etéreo e ofuscante.
Mas neste caso não existe tempo.
Somos o mesmo ar
Fundimos a orquestra rítmica da respiração em cada sopro meu,
Teu
Pulsamos nas mesmas trevas
Na mesma luz.
O fascínio e o deslumbramento perpetuam no sempre
(Ouço o arrepio do silêncio)
A serenidade morre sob o grito das águas
Os estalidos dos relógios recomeçam.
E é assim, ao som de suspiros recém-nascidos, que a nossa essência arsénica se destrói.
Catarina Rebelo, Nº 12 - 12ºC